Promotor processa Nunes por injúria após ser chamado de “idiota”
Prefeito Ricardo Nunes (MDB) chamou promotor do MPSP de “idiota” e o acusou de ser “aliado” do PSol por ação sobre superfaturamento de água
atualizado
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O promotor Ricardo Manuel Castro está processando Ricardo Nunes (MDB) por ter sido chamado de “idiota” pelo prefeito de São Paulo durante uma coletiva de imprensa em março deste ano.
Na ocasião, Nunes foi questionado sobre uma investigação do Ministério Público de São Paulo (MPSP) envolvendo a compra supostamente superfaturada de água durante o Carnaval de 2024.
A investigação, que tinha Castro como relator, acolhia uma ação civil pública movida por parlamentares do PSol, de oposição à gestão atual.
Em resposta, o prefeito criticou o promotor e disse que ele “fica 24 anos gastando energia para as coisas não avançarem”. Nunes ainda o acusou de ser ser aliado ao PSol:
“Não é a instituição, são as pessoas, e, no caso específico, por exemplo, esse José Ricardo [o nome correto é Ricardo Manuel Castro], que é o idiota do Ministério Público, que o tempo inteiro fica perturbando as pessoas e criando situações para poder defender a sua questão ideológico-partidária, e não a defesa do intelectual”, disse o prefeito em março de 2025.
Na ocasião, a Procuradoria Geral de Justiça e a Associação Paulista do Ministério Público publicaram notas de repúdio contra a fala do prefeito.
O Metrópoles aguarda um posicionamento da Prefeitura de São Paulo.
Relembre o caso das águas superfaturadas
- Em março de 2025, o MPSP entrou com uma ação de improbidade istrativa contra a Prefeitura devido a suspeitas de superfaturamento em um contrato milionário para o fornecimento de água no Carnaval de 2024.
- O promotor de Justiça e do Patrimônio Público Ricardo Manuel Castro pediu a nulidade do contrato e a condenação da istração municipal, da empresa fornecedora e de três servidores públicos envolvidos.
- O MPSP apontava para suspeitas de direcionamento contratual, superfaturamento e manipulação de planilhas, e pediu à Justiça a devolução de R$ 1,2 milhão estipulado como prejuízo aos cofres públicos.
- De acordo com a promotoria, as garrafas de água sem gás foram adquiridas da empresa AMBP Promoções e Eventos por R$ 5,52 cada, enquanto o preço médio de mercado variava entre R$ 0,65 e R$ 0,90 por unidade.
Ação de injúria
Ricardo Manuel Castro entrou com uma ação penal de injúria agravada contra o prefeito, alegando que a fala aos jornalistas configura um crime contra a sua honra.
Por se tratar de uma ação praticada pelo prefeito durante o exercício de suas funções, a Procuradoria Geral do Município será responsável pela defesa de Nunes.
Castro não fez um pedido de indenização na ação, mas solicitou uma audiência preliminar para tentar entrar em um acordo com o prefeito — o que poderá ser feito, por exemplo, por meio de uma retratação pública.