Caso Gritzbach: deputado celebra arquivamento após citação de delator
O deputado Antônio Olim disse que estava com a consciência limpa e que a “Justiça prevaleceu”. Olim foi citado por Gritzbach em delação
atualizado
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São Paulo — O deputado estadual Antônio de Assunção Olim (PP) comemorou, na noite desta quarta-feira (2/4), o arquivamento da investigação do Ministério Público de São Paulo (MPSP) que o tinha como investigado, após o parlamentar ter sido citado na delação premiada de Antônio Vinícius Gritzbach, executado no dia 8 de novembro de 2024.
Ao Metrópoles, o parlamentar afirmou que “a justiça prevaleceu” e disse que, desde o começo, “estava com a consciência tranquila”.
Segundo as declarações, obtidas pela reportagem à época das investigações, Gritzbach, acusado de mandar matar o líder do Primeiro Comando da Capital (PCC) Anselmo Santa Fausta, o Cara Preta, teria pagado propina a um advogado que prometia livrá-lo da investigação, dizendo ser próximo a Olim e ao então diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Fábio Pinheiro Lopes, conhecido como Fabio Caipira.
O advogado Ramsés Benjamin Samuel Costa Gonçalves teria cobrado R$ 5 milhões para livrar Gritzbach da acusação. Seriam R$ 800 mil em honorários e o restante em propinas pagas às autoridades. Como forma de pagamento, Gritzbach diz ter entregue dois apartamentos e feito uma transferência bancária de R$ 300 mil.
Ramsés disse a Gritzbach que faria uma reunião com Olim, Fabio Caipira e com delegado Murillo Fonseca Roque que, na época, atuava no 24º Distrito Policial (Ponte Rasa).
À época das investigações, o deputado Delegado Olim já havia negado ter recebido as quantias mencionadas pelo advogado. Ele afirmou que se limitou a fazer uma ponte entre o advogado e o chefe do Deic.
Execução de Gritzbach
- Vinícius Gritzbach foi executado no dia 8 de novembro no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. Ele estava retornando de uma viagem que fez para Maceió, em Alagoas.
- Em depoimento a namorada do executado, Maria Helena Paiva Antunes, afirmou que ouviu o companheiro no telefone no dia 5 e 6 de novembro falando com uma pessoa que lhe devia dinheiro. “Posteriormente, ele determinou que [o policial militar] Samuel [Tillvitz da Luz] e [o motorista] Danilo [Lima Silva] fossem a Maceió buscar algumas joias que seriam parte do pagamento dessa dívida.”
- Voltando ao dia da execução, quando Gritzbach ava pela área de desembarque um carro parou no local, dois homens encapuzados desceram do veículo vestindo colete a prova de balas e portando fuzis.
- Assim que o alvo se aproximou, os dois começaram a atirar. Foram 29 disparos, 10 atingiram Gritzbach, que morreu no local. Pelo menos um dos disparos acertou o rosto do empresário.
- Além dele, um taxista também foi morto e outras duas pessoas foram feridas pelos disparos.
- O caso foi investigado pelo DHPP, por meio de uma força-tarefa criada especialmente para a investigação. As motivações do crime teriam sido o envolvimento de Gritzbach na morte de lideranças do PCC e o fato dele ter feito uma delação premiada para o Ministério Público.
Veja o vídeo com o momento em que o empresário é atingido à queima roupa: