Vídeo: policial leva tiro no pescoço em ação na Rocinha; alvo é o CV
Os criminosos do CV vinham utilizando uma área da comunidade conhecida como Dioneia para ordenar execuções e assaltos à distância
atualizado
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Uma operação conjunta entre as forças de segurança do Rio de Janeiro e do Ceará transformou a Rocinha, na Zona Sul do Rio, em cenário de guerra na manhã deste sábado (31/5). A ação tem como alvo uma célula do Comando Vermelho cearense que, segundo as investigações, atua há ao menos dois anos na comunidade como base estratégica para o controle de crimes no estado nordestino.
Durante o confronto, um policial militar foi baleado no pescoço. Ele foi socorrido ao Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea, e, de acordo com o secretário de Segurança Victor Santos, está fora de risco.
A operação mobiliza tropas do Comando de Operações Especiais (COE), incluindo Bope, Batalhão de Choque, Polícia Civil e unidades de inteligência dos dois estados. Ao todo, são 29 mandados de prisão e 14 de busca e apreensão a serem cumpridos.
Base do crime e aparato de guerra
De acordo com o Ministério Público do Ceará, os criminosos vinham utilizando uma área da comunidade conhecida como Dioneia para ordenar execuções e assaltos à distância. A quadrilha alugava um prédio de luxo dentro da favela, onde mantinha estrutura armada e proteção local, em troca de pagamento a criminosos cariocas.
Fontes da investigação relataram que o edifício, de onde partiam as ordens, chegou a ostentar uma bandeira do Ceará. No momento da ação, os chefes do grupo conseguiram fugir pela mata e ainda não foram localizados.
Durante a operação, as forças apreenderam quatro fuzis, três pistolas, celulares e um rádio transmissor. Drones e tecnologia de rastreamento foram utilizados para mapear a área. O governador Cláudio Castro acompanha pessoalmente a ação do centro de comando da Polícia Militar. “É uma resposta integrada ao crime interestadual que desafia a segurança pública”, afirmou.
Ataques a provedores e controle da Rocinha
Segundo o MP-CE, o grupo comandava ataques contra provedores de internet no Ceará desde fevereiro, exigindo pagamentos para permitir a operação das empresas. Quando o valor não era pago, promovia ataques de represália.
Além da repressão ao tráfico, a operação também afeta serviços públicos locais. Três unidades de saúde da Rocinha tiveram funcionamento comprometido, com fechamento de clínicas e suspensão de atendimentos externos.
Moradores relatam tiroteios intensos desde a madrugada. A Polícia segue em busca dos principais alvos da operação.