Médico esclarece se o salmão é um alimento ultraprocessado
O médico Maurício Hirata explica por quê o salmão teria sido enquadrado como alimento ultraprocessado; e diz qual espécie devemos consumir
atualizado
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Considerado um superalimento, o salmão fornece boa parte dos nutrientes necessários para o bom funcionamento do organismo, com benefícios que vão desde a contribuição com a saúde do cérebro até o fortalecimento dos ossos.
Contudo, em uma postagem nas redes sociais, o médico endocrinologista Maurício Yagui Hirata levantou uma questão debatida pela ciência no que diz respeito ao enquadramento do peixe como um alimento ultraprocessado.
Entenda
- Em conversa com a coluna Claudia Meireles, Hirata explicou que o conceito original de alimento ultraprocessado foi idealizado pelo professor Carlos Monteiro, do departamento de nutrição da Faculdade de Saúde Pública da USP.
- Inicialmente, no momento do desenvolvimento do conceito e da geração das diretrizes, o salmão de criação poderia ser enquadrado como alimento ultraprocessado, porque ele basicamente se alimentou de ração, mudou sua cor graças ao corante, bem como o uso de antibióticos e indutores de crescimento.
- Segundo alguns cientistas, isso o colocaria nessa classificação, assim como outros animais, a exemplo do frango de granja.
- O endocrinologista, no entanto, afirma que resolveu-se retirar o alimento dessa classificação porque geraria muita dúvida e confusão a respeito.
O que é um alimento ultraprocessado?
De acordo com o médico, os ultraprocessados são um tipo de alimento que ou por intensas modificações industriais para ser mais palatável. “São adicionados corantes, conservantes, gorduras hidrogenadas, realçantes de sabor, entre inúmeras outras substâncias”, argumenta.

“Hoje, esse tipo de alimento é alvo de muitas sociedades médicas, porque, potencialmente aumentam o risco de obesidade, pressão alta, infarto, AVC e até câncer”, destaca Hirata.
Sorvetes, salgadinhos prontos, cereais matinais, salsichas, iogurtes com corantes e conservantes e refrigerantes são alguns exemplos de ultraprocessados.
Posso me alimentar de salmão?
A solução apontada pelo especialista é ter consciência da origem e produção do salmão. Afinal, o alimento é fonte de proteína de alta qualidade, tem baixo índice de colesterol e é rico em ômega 3, vitaminas e sais minerais. “Eu mesmo me alimento dele”, diz à coluna.
O salmão selvagem é uma excelente opção, conforme o médico defende, pois é um peixe que cresceu em mar aberto, solto e que se alimentou de fontes naturais, sem a utilização de antibióticos ou corantes.
Entretanto, a ocorrência dessa espécie no Brasil e na maior parte dos países é rara. “No Brasil, só encontramos importado a preços elevadíssimos”, comenta o profissional.
Que outros peixes devem integrar uma rotina alimentar?
Maurício Hirata aconselha dar preferência ao consumo de peixes que não são de criação, e também evitar predadores de grande porte, como o atum, devido à alta quantidade de mercúrio que ele apresenta por longas viagens pelo oceano.

O mercúrio pode inflamar e intoxicar o corpo, por ser altamente absorvível pela barreira hematoencefálica, o que traz danos aos sistemas nervoso, gastrointestinal, respiratório e renal, por exemplo, ocasionando sintomas como fraqueza, cansaço frequente, perda de apetite, dentes frágeis e irritação cutânea.
O endocrinologista sugere a ingestão de peixes como sardinha, anchova, namorado, pargo, carapau e muitos outros não grandes caçadores.
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