Carla Zambelli teve despesas com cabelo bancadas por empresa
Após se queixar nas redes sociais que manchou seu cabelo ao tentar tingi-lo sozinha, marca colocou um profissional para atendê-la
atualizado
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Por anos, os cabelos vermelhos da deputada foragida Carla Zambelli (PL-SP) foram patrocinados pela Keune, uma gigante da indústria de beleza.
A história prosaica ilustra o poder que a deputada chegou a ter quando tinha portas abertas no gabinete de Jair Bolsonaro, que mais tarde rompeu com ela.
Ainda durante a pandemia, Zambelli fez um vídeo em suas redes sociais se queixando de ter frustrado a tentativa de pintar o cabelo em casa. Quando tudo estava fechado, não faltou quem arriscasse — e se arrependesse — ao cortar o próprio cabelo, retocar a raiz ou mudar a cor.
No vídeo, Zambelli atribuiu à Keune o fato de o resultado da experiência não ter dado certo e atacou a tinta por “destruir seu cabelo”. Com milhões de seguidores e grande influência política, ela foi procurada pela marca, uma referência no setor, que a partir de então ou a bancar todas as suas idas ao salão de beleza para demonstrar que o problema não era a tinta, mas quem a aplicou (no caso, ela mesmo).

Zambelli faz parte de uma geração de políticos que chamam a atenção das marcas pelo desgaste que podem causar. Nesse caso, contudo, o objetivo de contornar uma crise no ado hoje se tornou um tiro no pé, diante do noticiário negativo que a envolve.
Procurada, a Keune não retornou o contato. A coluna questionou quantas pessoas tiveram o mesmo privilégio da parlamentar e até quando ela teve as despesas com cabeleireiro pagas. A coluna não conseguiu o a Zambelli.
Foragida da Justiça
A deputada foi declarada foragida da Justiça brasileira após anunciar que foi para os Estados Unidos a pretexto de um “tratamento de saúde”. No vídeo, exibiu o vermelho impecável do cabelo. Mesmo quando esteve internada por um mal-estar, ela seguiu cuidando das madeixas.
“Estou fora do Brasil já faz alguns dias. A princípio, vim em busca de um tratamento médico que eu já fazia aqui”, comentou Zambelli. O suplente é o deputado Coronel Tadeu (PL-SP).
O ministro Alexandre de Moraes (STF) considerou que a viagem ao exterior foi uma fuga do país e antecipou o inevitável pedido de prisão. Ela teve todas as contas bancárias bloqueadas, assim como suas redes sociais e as de familiares.
A deputada foi condenada a dez anos de prisão por ter contratado um hacker para invadir o sistema da Justiça e fraudar um pedido de prisão de Moraes.