Interino é oficializado para o lugar de Milton Ribeiro no MEC
Nome de Victor Godoy Veiga é publicado no Diário Oficial da União, após denúncias de favorecimento de pastores na distribuição de verbas
atualizado
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Victor Godoy Veiga foi oficializado como quinto ministro da Educação do governo Bolsonaro, de acordo com publicação no Diário Oficial da União. Ele estava como interino depois da exoneração de Milton Ribeiro, envolvido em denúncias de favorecimento de pastores na distribuição de verbas da pasta.
Antes, de Godoy Veiga ocuparam o cargo Ricardo Vélez Rodríguez, Abraham Weintraub, Carlos Alberto Decotelli da Silva (que pediu demissão antes mesmo de assumir a pasta após uma série de denúncias sobre incongruências em seu currículo) e Ribeiro.
Godoy Veiga era secretário-executivo do órgão e é servidor público efetivo oriundo dos quadros da Controladoria-Geral da União (CGU), antes de ser nomeado interino do MEC. Ele é formado em engenharia de redes de comunicação de dados pela Universidade de Brasília (UnB), em 2003.
Além disso, possui pós-graduações em altos estudos em defesa nacional pela Escola Superior de Guerra (ESG), de 2018, e globalização, Justiça e segurança humana pela Escola Superior do Ministério Público.
Veja a nomeação:
Nomeação de Victor Godoy by Metropoles on Scribd
A exoneração “a pedido” de Milton Ribeiro saiu no dia 28 de março. O ex-ministro explicou que sairia do cargo para se dedicar à defesa das denúncias de um suposto favorecimento de pastores na distribuição de verbas do ministério. Milton Ribeiro estava no comando do MEC desde julho de 2020.
Ainda em março, o jornal O Estado de S. Paulo revelou a existência de um “gabinete paralelo” no MEC tocado por dois pastores evangélicos sem cargo oficial na pasta. São eles: Gilmar Santos e Arilton Moura. Ambos são integrantes da Assembleia de Deus; Gilmar também preside a Convenção Nacional de Igrejas e Ministros das Assembleias de Deus no Brasil Cristo Para Todos (Conimadb).
Os pastores teriam cobrado vantagens ilícitas de prefeitos para facilitar a liberação de verbas no âmbito do FNDE, fundo ligado ao MEC. Entre as suspeitas para agilizar o direcionamento de fundo orçamentário proveniente do ministério, o pastor Arilton Moura teria solicitado R$ 15 mil e 1 quilo de ouro ao prefeito do município de Luís Domingues (MA), Gilberto Braga (PSDB).
Em um áudio atribuído ao ministro revelado pela Folha de S. Paulo, Ribeiro afirmou que a intermediação por meio dos pastores atendia a um pedido de Bolsonaro. O fato foi negado pelo ministro posteriormente, em nota.
Após a revelação, a ministra do STF Cármen Lúcia autorizou abertura de inquérito para investigar o ministro da Educação no caso. A decisão atendeu pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). Além disso, a Polícia Federal abriu outro inquérito, mas sem incluir Ribeiro no rol de investigados. Segundo a corporação, a investigação atinge apenas pessoas sem foro privilegiado.