Ao STF, Mauro Cid classifica Almir Garnier “como um dos mais radicais”
Cid afirmou que ex-comandante da Marinha era um dos mais radicais para a elaboração de um golpe de Estado
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O ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Mauro Cid, afirmou que o ex-comandante da Marinha, almirante Almir Garnier Santos, era um dos mais “radicais” entre os que defendiam um golpe de Estado para manter Bolsonaro no poder.
Cid, durante interrogatório no Supremo Tribunal Federal (STF), explicou que não havia grupos organizados que se reunissem para discutir um golpe, mas sim pessoas que procuravam o então presidente para sugerir essa possibilidade.
Ao ser questionado pelo ministro Alexandre de Moraes sobre quais réus eventualmente atuaram a favor de um golpe, Cid confirmou alguns nomes.
“Os grupos não eram organizados. Era cada um com sua ideia. Não existia uma organização e nem reuniões. Não eram grupos organizados que iam junto ao presidente. Eram pessoas que levavam ideias. Tinham dos mais conservadores aos mais radicais”, afirmou.
Sobre Garnier, Cid disparou: “Classifiquei entre um dos mais radicais”. Já em relação a outros nomes, apontou pessoas que agiam de forma mais moderada, como o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira.
Logo após Cid declarar que Garnier era uma dos mais radicais, os advogados dele se movimentaram em plenário. Um dos advogados sentado na plateia foi até Demóstenes Torres, que está ao lado do ex-comandante da Marinha, e cochichou ao ouvido dele, enquanto o defensor mexia em papeis.
Interrogatório
A Primeira Turma do STF começou a interrogar, na tarde desta segunda-feira (9/6), os réus do núcleo 1 por participação na suposta trama golpista para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder após as eleições de 2022.
O primeiro a ser ouvido pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, é o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, delator da suposta trama golpista.
O núcleo tem, além do ex-presidente, mais sete integrantes. A divisão por núcleos seguiu o critério de tipo de participação de cada grupo de réus. A sessão começou com a fala do ministro Alexandre de Moraes.
Por volta das 14h20, Moraes chamou para falar o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Mauro Cid. Ele se sentou no banco dos réus e começou a responder ao interrogatório.