Lindbergh critica ações de Eduardo Bolsonaro nos EUA: “Pratica coação”

O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (PT-RJ), criticou o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e afirmou que ele “usa uma potência estrangeira para tentar proteger seu pai”, o ex-presidente Jair Bolsonaro. A declaração foi feita às vésperas de seu depoimento à Polícia Federal (PF), marcado para a próxima segunda-feira (2/5), em inquérito que apura se o parlamentar agiu dos Estados Unidos para ameaçar o Supremo Tribunal Federal (STF) e atentar contra a soberania nacional.

Em seu perfil no X, Lindbergh acusou Eduardo de espalhar mentiras sobre a democracia brasileira e de praticar coação no curso de processo. Para o petista, o deputado “atua contra o Judiciário brasileiro” e interfere de fora do país no julgamento de ações relacionadas à tentativa de golpe de Estado de 2022 e ao ato de 8 de janeiro de 2023.

“Eduardo Bolsonaro, ao espalhar mentiras sobre as instituições brasileiras e a democracia no país, pratica coação no curso do processo contra o STF durante o julgamento dos envolvidos na tentativa de golpe de Estado. Ele está usando uma potência estrangeira para tentar proteger seu pai, numa atitude de atentar contra a soberania nacional”, escreveu o líder do PT.

A investigação da PF foi autorizada pelo STF após representação apresentada por Lindbergh à Procuradoria-Geral da República (PGR). O procurador-geral da República, Paulo Gonet, acatou a denúncia e solicitou abertura de inquérito para apurar possíveis crimes de coação no curso do processo, obstrução da Justiça e abolição do Estado Democrático de Direito.

Conjunto de provas

No depoimento de segunda-feira, Lindbergh pretende entregar à PF um conjunto de documentos que, segundo ele, comprovam as acusações. O material inclui vídeos, textos e postagens de Eduardo Bolsonaro feitos nos EUA, com críticas diretas ao STF e ao ministro Alexandre de Moraes.

O líder petista afirma ter um conjunto de documentos, vídeos e textos com diversas declarações do político do PL feitas nos EUA e frontalmente contrárias aos interesses nacionais.

A ação acontece após o ministro Alexandre de Moraes determinar que investigadores da PF escutem Lindbergh e coletem documentos que possam ser usados no inquérito aberto contra o filho 04, de Jair Bolsonaro, o Eduardo.

Além do inquérito criminal, o PT também entrou com uma representação no Conselho de Ética da Câmara pedindo a cassação do mandato de Eduardo. O partido sustenta que o deputado violou o decoro parlamentar ao conspirar contra instituições brasileiras e atentar contra a soberania do país.